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segunda-feira, 23 de maio de 2011



               Caminhar em direção à catástrofe pode despertar a capacidade de luta do ser humano, o tudo ou nada, o pensar que nada mais importa a não ser lutar, que sem luta pode-se perder tudo pelo que um dia valorizou na vida. O homem passa do estado de espera, de inércia, e acorda para a realidade, e junta forças, e faz mudanças, e realiza coisas que jamais um dia pensou que pudesse realizar... É o que me faz refletir Edgar Morin, e ele está certíssimo ao afirmar que quanto mais nos aproximamos da catástrofe, mais temos consciência de seus resultados, despertamos para a luta e muitas vezes saímos dela vitoriosos, com marcas sim, feridas até, mas vitoriosos. 
                 Esse vídeo me fez refletir sobre a minha vida, sobre as minhas lutas... Parei para pensar que minhas maiores conquistas foram realizadas quando eu tive noção do quanto eu ia perder se não fizesse nada, e ultrapassei obstáculos que jamais imaginei que um dia pudesse ultrapassar... Nada me deteve, nem títulos, cargos, preconceitos... Faz parar para pensar que, na realidade, nem sempre a guerra está perdida...
               É o que está se evidenciando na atualidade em relação ao meio ambiente e o desastre eminente da ‘morte’ de nosso planeta. As conseqüências de nossos atos de destruição ambiental fizeram com que o mundo começasse, finalmente, a acordar e repensar suas ações. Os governos estão se mobilizando, de forma lenta ainda, para tentar reverter o quadro, mas estão se mobilizando.
             Faz refletir também o quanto é triste que estas mudanças apenas  aconteçam quando se chega ao limite, quando se pára para analisar o quanto foi perdido durante o estado de inércia: vidas, patrimônios, culturas, ecossistemas... O quanto tudo isso poderia ter sido evitado, se as ações tivessem sido tomadas há mais tempo, se o despertar tivesse sido antes... Infelizmente é inerente à nossa espécie o ‘esperar’ e é por isso que sofrer o processo de ‘metamorfose’ é difícil, doloroso... 
                O mais triste ainda é ver que as mudanças só acontecem, na maioria das vezes, quando se chega ao limite do suportável, como acontece, por exemplo, no ambiente escolar. Um exemplo está nas conseqüências do Bullying, que muitas vezes poderiam ter sido evitadas se a escola, a família, tivessem tomado atitudes muitas vezes simples, como conversar, ouvir... É apenas depois da tragédia, seja ela qual for, que se toma uma atitude, e muitas vezes ainda não é a certa. 
         Que são necessárias greves intermináveis para que o governo tome uma atitude de rever nossos salários. Que foi preciso, como exemplo a minha escola, abaixo-assinados, exposições na mídia, protestos extremistas, ameaças, nem sempre veladas, para que a Secretaria de Educação tomasse a atitude de fazer manutenção no telhado da escola, pois os alunos já não agüentavam mais goteiras nas salas, que eram tão grandes e alagavam de tal forma a sala que não tinha condições de haver aula.
             Depois de toda essa reflexão, e de muitas outras que fiz, concordo com Morin quando diz que estamos na pré-história da humanidade. Analisando nossas atitudes, cheguei à conclusão de que realmente somos seres pré-históricos e pior, pré-históricos racionais, o que talvez seja de tudo o mais triste... 

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